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Durante a gravidez, mamães golfinho cantam para os filhotes no útero

Não é só uma demonstração de carinho: a cantoria tem uma função importante no desenvolvimento do pequeno golfinho

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 11h22 - Publicado em 11 ago 2016, 15h15

Não é novidade que os golfinhos são inteligentes: eles conseguem diferenciar o lado direito do esquerdo, “conversam” para resolver problemas juntos, se reconhecem em frente ao espelho e até criam “nomes” próprios para si mesmos – assovios característicos que eles desenvolvem para se autoidentificar.

Agora, um estudo da Universidade do Mississipi mostra que toda essa inteligência também deixa esses mamíferos mais fofos: as mães “cantam” para seus filhotes enquanto eles ainda estão no útero – e continuam cantando até duas semanas depois que eles nascem. Para os cientistas, o objetivo das mães é tanto ensinar ao filho o “nome” delas quanto incentivá-los a criar o próprio assovio-assinatura. 

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O “nome” dos golfinhos é importante para que eles sejam reconhecidos e aceitos em seu bando – só para dar uma ideia, os outros conseguem lembrar de todos os assovios do bando, mesmo que fiquem 20 anos separados. Para conseguir essa proeza, os mamíferos trabalham duro: já aos dois meses de idade, eles começam a experimentar assovios diferentes até encontrar um que seja perfeito para eles. E não pode ser parecido com nenhum assovio que exista no grupo, nem mesmo com o da mãe. 

Já se sabia que cada golfinho tem um nome desde 2013, quando a Universidade de Chicago publicou um estudo com 53 desses bichos. Mas o mistério era entender como esses sons eram criados  – e foi essa origem que os cientisas do Mississipi conseguiram, finalmente, compreender.

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O estudo dos caras funcionou assim: usando os golfinhos do parque Six Flags Discovery Kingdom, na Califórnia, eles gravaram, por 80 horas, os sons emitidos pela mãe grávida – uma “golfinha” de 9 anos chamada Mira – e pelos outros golfinhos do bando. No final das análises, os estudiosos perceberam que a cantoria de Mira aumentava muito nas etapas finais da gestação e nas duas primeiras semanas depois do nascimento. 

E tem mais: nesse período em que a mãe cantava loucamente, os outros golfinhos do tanque quase não emitiam sons – como se não quisessem atrapalhar Mira ensinando e incentivando o bebê. Depois das duas primeiras semanas, tudo voltava ao normal no tanque – e o filhote começava a ensaiar um assovio-nome. 

O próximo passo dos cientistas é entender se essa cantoria também acontece com outras mamães no oceano – como as baleias beluga, por exemplo.

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