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Crocodilo gigante mais velho do mundo tem 124 anos e 10 mil filhos

Conheça a história de Henry, um crocodilo-do-Nilo de 5 metros e 700 quilos que vive na África do Sul

Por Bela Lobato
28 out 2024, 19h00

Henry é um senhor de uma biografia robusta. Em 1903, o crocodilo-do-Nilo já era um jovem adulto de aproximadamente três anos quando foi capturado por um caçador no Delta do Cubango, na Botsuana. Desde 1985 ele vive em cativeiro no Centro de Conservação Crocworld, na África do Sul, e é o crocodilo mais velho de que se tem conhecimento.

Ao longo dos 40 anos de cativeiro, Henry já teve seis namoradas, com quem ainda convive. Com isso, estima-se que ele seja o pai de mais de 10 mil filhotes de crocodilos-do-Nilo. Eles são um dos mais perigosos predadores da África Subsaariana, e podem ser encontrados naturalmente em 26 países da região.

Veja abaixo o vídeo de Henry, o crocodilo mais velho do mundo.

Apesar de ter cinco metros de comprimento e 700 quilos, Henry não é o maior crocodilo do mundo. Esse título fica com Cassius, um crocodilo-de-água-salgada de 5,48 metros de comprimento e que pesa mais de uma tonelada. Ele vive em cativeiro no Marineland Melanesia, na Austrália. 

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O mais impressionante é que, apesar dos mais de 110 anos, Cassius ainda está em fase de crescimento: entre 1987 e 2010, ele cresceu 18 centímetros. O fato é que o envelhecimento dos crocodilos é muito diferente do de outros animais.

Embora em um ritmo mais lento, eles continuam crescendo durante toda a vida. O envelhecimento parece mostrar poucos sinais nos corpos dos crocodilos – alguns cientistas até afirmam que eles não seriam capazes de morrer de velhice, e apenas sucumbem a fatores externos, como fome, acidentes ou doenças. 

Por isso, eles são estudados minuciosamente por pesquisadores que buscam entender quais lições poderiam ser aplicadas para a longevidade humana. As espécies de crocodilos existem há 85 milhões de anos, mas só se diversificaram em 24 espécies. “Enquanto isso, outras espécies, como as aves, alcançaram uma diversidade de muitas milhares de espécies em um período de tempo semelhante”, diz um estudo

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Segundo os autores, isso seria uma evidência da robustez e sucesso da estratégia evolutiva desses animais: eles não precisam mudar o tempo todo, já que já sobrevivem bem do jeito que são.

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“Os crocodilos sobreviveram ao evento de extinção do Cretáceo, que erradicou os dinossauros. Eles residem em ambientes poluídos e, com frequência, habitam águas que contêm metais pesados; são expostos com frequência à radiação; alimentam-se de carne podre e são considerados uma das espécies resistentes que sobreviveram com sucesso neste planeta por milhões de anos.”, escreveram os autores do mesmo estudo, que analisou o microbioma dos crocodilos em busca de respostas. 

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Ao analisar a composição química e microbiológica interna desses animais, o estudo encontrou uma série de moléculas potencialmente inovadoras e cerca de cem peptídeos (biomoléculas) anticâncer. Para os autores, o segredo para a vida longa e fértil de animais como Henry e Cassius pode estar aí – e eles querem descobrir como trazer isso para a vida humana.

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