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Completando um ano em atividade, James Webb registra berçário estelar

No aniversário do telescópio, a Nasa divulgou uma imagem nova, com várias estrelas em processo de formação. Aproveite e relembre três das principais contribuições do Webb para a ciência.

Por Leo Caparroz
17 jul 2023, 18h52

Feliz aniversário, James Webb! No dia 11 de julho, o Telescópio Espacial James Webb completou um ano de trabalho. Sua primeira imagem foi divulgada pela Nasa nesta data, em 2022.

Para comemorar a ocasião, a agência americana divulgou uma nova imagem do telescópio: um “berçário estelar” no complexo de nuvens Rho Ophiuchi.

Trata-se de uma pequena região de formação de estrelas a 390 anos-luz da Terra – o “berçário estelar” mais próximo de nós. Esses pontos são historicamente difíceis de estudar por causa da natureza da formação das estrelas.

Elas nascem quando nuvens de poeira e gás se acumulam até ganharem massa e densidade suficientes para criar pressão e calor e, por consequência, iniciar a fusão.

Essa bagunça de gases estelares barra grande parte dos comprimentos de onda da luz visível. Mas a luz infravermelha consegue atravessar esses obstáculos. Não por acaso, o James Webb é construído especificamente para captar esse tipo de onda.

“A imagem do Webb de Rho Ophiuchi nos permite testemunhar um período muito breve no ciclo de vida estelar com nova clareza. Há muito tempo, nosso próprio Sol teve uma fase dessas, e agora temos a tecnologia para ver o início da história de outra estrela”, afirmou Klaus Pontoppidan, que atuou como cientista do projeto Webb desde antes do lançamento do telescópio e durante o primeiro ano de operações.

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Na imagem, é possível observar cerca de 50 estrelas jovens, com massa parecida ou menor do que a do Sol.

“As áreas mais escuras são as mais densas, onde a poeira espessa abriga protoestrelas ainda em formação. Enormes jatos de hidrogênio molecular, representados em vermelho, dominam a imagem”, escreve a Nasa em um comunicado.

“Isso ocorre quando uma estrela rompe pela primeira vez o seu envelope de poeira cósmica, lançando um par de jatos opostos no espaço, como um recém-nascido estendendo os braços para o mundo.”

Segundo a agência, algumas estrelas na imagem possuem sombras, indicando discos protoplanetários – o que pode significar novos sistemas se formando na vizinhança.

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Neste primeiro ano de atividades, o James Webb fez várias contribuições para a ciência e astronomia com suas imagens. Veja algumas:

A primeira imagem

Imagem feita pelo telescópio James Webb.
(NASA, ESA, CSA, and STScI/Divulgação)

A primeira a gente nunca esquece. Divulgada no dia 11 de julho de 2022, pelo presidente americano Joe Biden em parceria com o administrador da Nasa, Bill Nelson, a imagem mostra o aglomerado de galáxias SMACS 0723, a cerca de 4,6 bilhões de anos-luz de nós.

Os objetos brancos e azuis em forma de asterisco são estrelas próximas da Terra, enquanto os borrões vermelhos de fundo são  galáxias distantes – alguns dos objetos mais tênues já observados no infravermelho.

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Velhas demais para o universo

O James Webb fez uma descoberta que pegou os astrônomos de surpresa: galáxias a 13,3 bilhões de anos-luz, com 10 bilhões de estrelas.

E qual é o problema? Bom, o Universo tem 13,8 bilhões de anos. Se a estimativa estiver correta, essas galáxias teriam surgido cerca de 300 e 500 milhões de anos após o Big Bang. Mas a teoria mais aceita sobre a evolução cósmica diz que não existiam galáxias de grande porte nessa época.

Além disso, o processo de formação dessas galáxias parece ter sido muito acelerado – quase 3 vezes mais rápido que o da Via Láctea, por exemplo. O James Webb as localizou, mas não deu mais respostas. Até agora, ainda não se sabe como essas galáxias se formaram.

Os quatro gigantes gasosos

Nesse período, o James Webb também fez registros únicos dos maiores planetas do Sistema Solar: Júpiter, Netuno, Urano e, por último, Saturno.

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A partir da esquerda, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno vistos no infravermelho próximo pelo JWST.
(NASA, ESA, CSA, STScI/Reprodução)

As imagens são bem diferentes do que estamos acostumados a ver deles; mas, graças ao infravermelho do Webb, elas revelam muito sobre os planetas – como os anéis fracos de Netuno e as auroras nos polos de Júpiter

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