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Como a vida de Stephen Hawking pode inspirar a sua

"Inteligência é a habilidade de se adaptar à mudança"

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 14 mar 2018, 12h31 - Publicado em 7 abr 2017, 18h52

Que ele foi um dos físicos mais brilhantes do nosso tempo e merece um lugar de destaque entre os maiores cientistas da história. Mas o que nós, pobres mortais, podemos aprender com Hawking? Bem, podemos entender que somos todos mortais, mas de “pobres” não temos nada. Pois a vida tem valor inestimável e temos de ter sempre uma atitude positiva. Entre um prognóstico fatalista e a esperança de algo novo, sempre devemos ficar com a segunda opção.

Não é fácil. No dia a dia, por vezes nos vemos desesperados, frustrados e convencidos de que estamos numa situação para a qual não há solução. Mas é justamente esse derrotismo que torna impossível enxergar qualquer saída. Modificando a nossa atitude, modificamos a própria manifestação do mundo ao nosso redor.

Em seu livro autobiográfico, Hawking relembra o momento em que recebeu o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica, em meio a seu doutorado. “A percepção de que eu tinha uma doença incurável que provavelmente me mataria em poucos anos foi um tanto chocante. Como algo assim poderia acontecer comigo?”

Familiar o sentimento? “Como assim isso foi acontecer justo comigo?” Vai me dizer que você nunca pensou isso antes, por coisas muito mais banais? Eu confesso: já pensei. Várias vezes. Mas prossigamos com Hawking.

“No entanto, enquanto estive no hospital, um menino que eu conhecia vagamente morreu de leucemia na cama à minha frente, o que não foi algo bom de se ver. Era óbvio que havia pessoas em situação pior do que a minha.”

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Note que não é uma questão de se consolar por quem está em situação pior que a nossa. É, em vez disso, compreender que nossos problemas, por piores que sejam, são contornáveis. Hawking percebeu isso e optou pela vida. Casou-se duas vezes, teve 3 filhos, concluiu seu doutorado, mergulhou na pesquisa e fez sua famosa previsão de que os buracos negros emitem radiação. “Acho que a maioria dos físicos teóricos concordaria que a minha previsão de emissão quântica de buracos negros está correta, embora ela ainda não tenha me valido um Prêmio Nobel, porque é muito difícil de verificá-la experimentalmente.”

Sua história traz uma mensagem importante, que Hawking sabe resumir muito bem. “Tive e tenho uma vida completa e prazerosa. Acredito que pessoas com deficiências devem se concentrar nas coisas que a desvantagem não as impede de fazer, e não lamentar as que são incapazes de realizar. No meu caso, consegui fazer quase tudo o que queria.”

É uma mensagem óbvia para aqueles que enfrentam algum tipo de deficiência física. Mas tem igual valor para aqueles cuja deficiência é apenas de percepção. Não devemos deixar que o pensamento negativo, que a sensação de que algo não pode ser feito, nos paralise e nos impeça de tentar. Imagine se Hawking tivesse aceitado o prognóstico, deixado de se casar, abandonado os estudos e apenas esperado a morte chegar?

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A atitude lembra um pouco a do quase mitológico filósofo Sócrates, que lia à espera da própria morte, após ser condenado pela autoridades atenienses e ter tomado o veneno. “Mestre, por que lês, se sua morte está tão próxima?”, perguntou um discípulo. Ao que o sábio respondeu: “Para morrer sabendo mais um pouco”. Um minuto a mais que seja vale a pena ser vivido, se soubermos  o que fazer com ele.

Próximo: Como a vida de Isaac Newton pode inspirar a sua

Este conteúdo faz parte do livro 25 Gênios da Humanidade, do jornalista Salvador Nogueira.

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