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Cientistas recriam primeira molécula do Universo – e desafiam teorias cosmológicas

O HeH⁺ pode ter acelerado a formação das primeiras estrelas, iluminando o Universo antes do imaginado.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 12 ago 2025, 09h57 - Publicado em 6 ago 2025, 19h00

Logo após o Big Bang, o Universo era um lugar simples: só havia hélio, hidrogênio, um pouquinho de lítio e temperaturas tão extremas que qualquer ligação entre átomos era muito improvável. Mas, conforme o cosmos esfriou, surgiu a primeira molécula da história: o íon de hidreto de hélio (HeH⁺).

Físicos do Instituto Max Planck recriaram essa molécula em laboratório para investigar como ela reage em condições semelhantes às do Universo primitivo – e descobriram que sua importância pode ter sido subestimada por décadas. Essa molécula aparentemente simples teria um grande papel em abrir caminho para a formação das primeiras estrelas. 

O estudo, publicado na revista Astronomy & Astrophysics levantou dúvidas sobre a criação dos primeiros astros. 

Para que uma estrela nasça, é preciso que sua protoforma — chamada de protoestrela — atinja temperaturas altíssimas para iniciar a fusão nuclear, processo que produz a luz e o calor estelares. Normalmente, temperaturas abaixo de 10 milhões de graus celsius tornam essa reação quase impossível. Mas o HeH⁺ se comporta de maneira diferente: ele consegue aumentar a taxa de colisões entre átomos e moléculas mesmo em ambientes muito frios, ajudando a aquecer a protoestrela e impulsionar o início da fusão.

“A quantidade de íons de hidreto de hélio no Universo pode, portanto, ter tido influência significativa na velocidade e eficácia da formação inicial de estrelas”, disseram os pesquisadores em comunicado.

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No experimento, os cientistas resfriaram íons de HeH⁺ a – 267 °C por cerca de um minuto. Em seguida, os fizeram colidir com átomos de deutério pesado, simulando interações parecidas com as que ocorrem dentro de uma protoestrela. A expectativa era que as reações desacelerassem em temperaturas tão baixas. Mas o resultado foi o oposto: a taxa de reação manteve-se alta.

“Teorias anteriores previam uma diminuição significativa na probabilidade de reação em baixas temperaturas, mas não conseguimos verificar isso nem no experimento nem em novos cálculos teóricos”, disse o coautor do estudo Holger Kreckel, que estuda física nuclear no Instituto Max Planck na Alemanha, em comunicado.

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Isso corrige um ponto importante de modelos cosmológicos que assumiam que reações moleculares seriam ineficazes em ambientes frios. A descoberta sugere que o HeH⁺ pode ter acelerado significativamente o surgimento das primeiras estrelas.

Além disso, a pesquisa acende a luz (badumtss) para que mais investigações sejam feitas nas interações entre os íons e outros átomos no começo do Universo. 

Combinada a descobertas recentes do telescópio James Webb, que já vem revelando galáxias mais antigas e complexas do que o imaginado, a pesquisa reforça suspeitas de que o Universo primitivo pode ter sido um lugar mais ativo do que de acreditava.

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