Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Semana do Cliente: Revista em casa por 9,90

Cientistas descobriram a idade do fenômeno climático El Niño

O El Niño não é tão menino quanto o nome sugere. Entender quando o fenômeno surgiu é importante para futuras projeções climáticas.

Por Eduardo Lima
23 out 2024, 16h00

O El Niño (“o menino”, em espanhol) é um evento climático recorrente que tem aparecido cada vez mais no noticiário. Do meio de 2023 a junho de 2024, ele mudou os padrões de chuva e aumentou temperaturas ao redor do mundo, com sua potência intensificada pela crise climática.

Os efeitos do El Niño são sentidos de formas diferentes pelo mundo – às vezes com aumento da umidade, e às vezes como seca. No Brasil ele causa calor e seca no Norte e no Nordeste, e chuvas fortes no Sul, onde ficam paradas as frentes frias que deveriam se espalhar pelo resto do país. Junte isso às mudanças climáticas e temos como resultado uma tragédia como as enchentes do Rio Grande do Sul nesse ano.

Agora, um estudo de cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, mostrou que o El Niño não é tão menino assim. Em um estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores mostram que o fenômeno é recorrente pelo menos desde o Mesozoico, há cerca de 250 milhões de anos.

O El Niño divide as manchetes com sua irmã, a La Niña. O evento praticamente oposto deixa as águas do Pacífico tropical até 0,5 °C mais frias do que o normal. No Brasil, isso aparece como mais chuvas e enchentes no Nordeste e temperaturas mais baixas no Sul e no Sudeste. Segundo o estudo, esse fenômeno também data de 250 milhões de anos atrás.

De que importa saber a idade do El Niño? O dr. Xiang Li, principal autor do estudo, explica à Super: “Os climas do passado informam o nosso futuro. É só estudando as mudanças climáticas do passado que podemos entender os motores das mudanças climáticas no futuro e fazer projeções de clima confiáveis.”

Continua após a publicidade

Como descobrir o clima do passado

O último El Niño foi ruim? Milhões de anos atrás, provavelmente era pior. No período pré-industrial, o aumento de temperatura podia chegar até 0,6 °C. Há 150 milhões de anos, chegava a 1,3 °C, a amplitude mais alta que os cientistas da Duke conseguiram encontrar em seu estudo de modelos e simulações climáticas.

No passado, a maioria das oscilações de temperatura do El Niño eram mais severas que as atuais, mas não tinham a crise climática causada pelo ser humano para ajudar. Mas como eles conseguiram descobrir tudo isso, se não podem voltar no tempo?

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

“Nós usamos a tecnologia avançada do Sistema de Modelo da Terra CESM1.2.2”, explica o dr. Li. Essa é a mesma ferramenta que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) usa para fazer projeções futuras do clima. A diferença é que os pesquisadores da Duke usaram-na para examinar o passado.

Eles fizeram 26 simulações, com dez milhões de anos de intervalo entre cada uma delas. Com a quantidade de dados gerada por uma dessas simulações, seria impossível fazer isso em intervalos menores. Essas fotografias do nosso passado climático dão o panorama necessário para entender como era o El Niño e a La Niña de milhões de anos atrás.

A equipe liderada pelo dr. Li e pelo dr. Shineng Hu teve que contabilizar vários fatores diferentes na hora de criar essas simulações. Os continentes estavam em posições diferentes, a quantidade de radiação solar não era a mesma e a concentração atmosférica de CO₂ também variava de dez em dez milhões de anos.

Publicidade

Enquanto você lê isso, o [b] mundo muda [/b] — e quem tem [b] Superinteressante Digital [/b] sai na frente. Tenha [b] acesso imediato [/b] a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado

Enquanto você lê isso, o [b] mundo muda [/b] — e quem tem [b] Superinteressante Digital [/b] sai na frente. Tenha [b] acesso imediato [/b] a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Enquanto você lê isso, o mundo muda — e quem tem Superinteressante Digital sai na frente. Tenha acesso imediato a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 63% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Superinteressante todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.