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Cientistas da Geórgia querem desenvolver uvas para fazer vinho em Marte

O país reinvidica a criação da bebida, há mais de 8 mil anos - e, agora, pretende selecionar uma variedade da fruta capaz de sobreviver em solo marciano

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 18 jan 2019, 11h24 - Publicado em 18 jan 2019, 11h21

Depois da sonda espacial chinesa que está tentando plantar brotos de batata na Lua, cientistas da Geórgia anunciaram um projeto ainda mais ousado: testar e desenvolver espécies de uva para vinho que possam crescer em Marte.

A Geórgia é um país da Europa Oriental e é menos famosa que a sua xará dos EUA. Enquanto o estado da Geórgia já sediou uma Olimpíada (a de Atlanta, em 1996) e foi cenário de diversos filmes de Hollywood, a nação europeia, uma antiga república soviética, possui um dos níveis mais baixos de PIB e IDH do continente.

Com tantos problemas, como ela foi parar no desenvolvimento de uvas marcianas? Acontece que beber vinho por lá é um hábito cultural tão presente quanto a cerveja para os alemães. Além disso, há uma questão histórica relacionada à origem da bebida. Em 2017, descoberta arqueológica encontrou por lá, na região do Cáucaso, as mais antigas evidências de produção de vinho, datadas de 8 mil anos atrás.

A Geórgia é um dos países que reivindicam a criação da bebida, e essa é uma das principais motivações para criar uma uva que possa ser consumida em futuras colônias de Marte. “Nossos ancestrais colocaram o vinho na Terra, então podemos fazer o mesmo com Marte”, disse Nikoloz Doborjginidze, fundador da Agência de Pesquisa Espacial da Geórgia, ao jornal Washington Post. A agência integra o projeto IX Millennium – uma referência à época da suposta invenção do vinho na região.

Em busca da bebedeira espacial

De acordo com os pesquisadores, a procura pela fruta ideal vai começar na biblioteca estatal de uva da Geórgia, na cidade de Saguramo, que produz 450 variedades locais e 350 estrangeiras para fins de pesquisa.

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Já em Tbilisi, capital do país, há outros dois braços da pesquisa. No Hotel Stamba, os cientistas vão criar um laboratório de cultivo vertical, para estudar possibilidades diferentes de plantações em colônias espaciais. E na Business and Technology University, estudantes vão testar os efeitos da radiação, altos níveis de monóxido de carbono e temperaturas abaixo de zero em uma variedade de uvas, além de tentarem cultivá-las em solo marciano simulado.

Os testes ainda não começaram, mas os pesquisadores já têm alguns palpites. As uvas de vinho branco, por serem mais resistentes, podem se dar melhor em testes como os de radiação. A expectativa é que até 2022 a equipe encontre uma variedade de uva adequada para plantio em Marte.

Mas eles vão precisar correr se quiserem ser os primeiros a abrir um bar no planeta vermelho. Em novembro de 2017, a Budweiser anunciou que quer criar cerveja em Marte. A empresa enviou amostras de cevada para a Estação Espacial para estudar como o ingrediente se comporta no espaço. A corrida espacial, nos próximos anos, vai ter mais teor alcoólico.

 

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