“ChatGPT é mais criativo que 99% das pessoas.” Não é bem assim…
Essa manchete correu a internet. Mas o estudo no qual se baseia tem uma falha - que invalida a conclusão.
![Foto aproximada de uma mão segurando um celular, na tela mostra o início de uma conversa com o Chat GPT.](https://beta-develop.super.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/11/SI_457_Novas-GPTCriativo_site.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=682&crop=1)
O que a notícia dizia:
Em uma experiência feita nos EUA, o ChatGPT alcançou pontuação superior à maioria dos humanos em testes de criatividade.
Qual é a verdade:
O estudo (1), realizado por cientistas da Universidade de Montana, empregou uma avaliação chamada TTCT: Torrance Tests of Creative Thinking. A pontuação do robô nesse teste foi comparada à de 24 voluntários.
O problema é que o TTCT, criado em 1958, é muito influenciado pela quantidade e variedade de termos usados nas respostas – e o ChatGPT é uma verdadeira metralhadora de palavras.
O teste não mede, como os próprios autores do estudo ressaltaram, a chamada “criatividade histórica”: a capacidade de usar informações que você aprendeu para gerar ideias novas. Ou seja, ele é muito mais um teste de fluência do que de criatividade real.
Fonte 1. The originality of machines: AI takes the Torrance Test. E Guzik e outros, 2023.