Cavalo de 40 mil anos é achado praticamente intacto na Sibéria
O animal se manteve preservado graças ao permafrost, solo congelado do Ártico, e pode ajudar a entender como os mamíferos daquela época viviam
A Universidade Federal do Nordeste, em Yakutia, na Rússia, divulgou na última quinta (23) as fotos de sua mais recente descoberta arqueológica: a carcaça de um filhote de cavalo que viveu entre 30 e 40 mil anos atrás, praticamente intacta.
O animal foi achado durante uma expedição de pesquisadores russos e japoneses até a cratera Batagaika, na Sibéria. Apelidada de “porta do inferno“, o lugar tem cerca de um quilômetro de extensão e 85 metros de profundidade e, por conta dos seus sedimentos preservados, traz um registro de mais de 200 mil anos de história da Terra.
De acordo com os cientistas, o cavalo, que morreu aproximadamente com dois meses de idade, pertencia à espécie já extinta Equus lenensis (ou Lena) e é geneticamente diferente dos cavalos que habitam a região hoje em dia. A região em que foi achado é conhecida por conter antigos mamíferos conservados, mas seu alto grau de preservação surpreendeu os pesquisadores.
“É [uma descoberta] completamente única. Ele está completamente preservado, sem nenhum tipo de dano aparente”, disse Semyon Grigoryev, diretor do Museu de Mamutes de Yakutia. Segundo ele, não apenas os órgãos internos se mantiveram intactos, como também a parte externa do bicho, como pelos, pele, casco e caudas, algo raro de ser encontrado em animais ancestrais.
Tudo isso só foi possível graças ao permafrost, tipo de solo congelado permanentemente encontrado na região do Ártico. O frio intenso e constante fez com que o animal fosse preservado dessa maneira. A cratera Batagaika, onde ele foi encontrado, cresce cerca de 10 metros por anos graças ao degelo causado pelo aquecimento global.
O próximo passo, segundo a Universidade, é coletar amostras do estômago do cavalo, numa tentativa de entender a dieta e o habitat do animal naquela época.