Caminhão invade área restrita e destrói linhas de Nazca, no Peru
Três dos desenhos milenares – que são patrimônio da humanidade desde 1994 – foram danificados.
Um caminhão saiu da estrada por acidente e danificou três das figuras formadas pelas linhas de Nazca, no Peru – que são consideradas patrimônio da humanidade pela Unesco desde 1994. Segundo o Ministério da Cultura do país, a área afetada tem 100 metros de comprimento por 50 de largura.
As linhas de Nazca são desenhos de grandes dimensões, traçados em um planalto árido por uma civilização que viveu no atual território do Peru entre 300 a.C. e 800 d.C. (antes da ascensão dos Incas). Eles representam animais, plantas e formas geométricas e se distribuem por uma área de 80 quilômetros. Só podem ser percebidos do alto, preferencialmente de um helicóptero ou avião.
A mais famosa das figuras, apelidada de “astronauta” por sua semelhança com um humano de capacete, tem 40 metros de altura – e faz a alegria de teóricos da conspiração, roteiristas do History Channel e fãs de Eram os Deuses Astronautas. Mas nada indica que a civilização de Nazca tenha feito contato com alienígenas. Os desenhos provavelmente eram usados em rituais religiosos, como uma forma de se comunicar com divindades que não pilotam naves.
A estrada que passa ao largo das figuras é repleta de placas que pedem cuidado aos motoristas – e informam que é proibido pisar no sítio arqueológico quilométrico sem autorização prévia e proteção especial nos calçados. As valas que formam os desenhos tem apenas seis centímetros de profundidade. Apesar de frágeis, sobrevivem há milhares de anos graças ao tempo seco e estável do deserto.
O motorista do caminhão, identificado pela polícia como Jainer Jesús Flores Vigo, foi preso, mas um juiz o liberou, argumentando que foi um acidente. Mesmo que Vigo não tenha agido com más intenções, ele ainda precisará explicar à polícia porque fugiu do local em vez de comunicar as autoridades. Um vídeo do veículo foi gravado por pessoas que passavam pelo local, e se espalhou pelas redes sociais – veja abaixo.
Não é a primeira vez que as linhas são danificadas. Em 2014, o Greenpeace escreveu uma mensagem de protesto ao lado de um dos geoglifos – e o governo do Peru tomou providências legais.