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Cadelinha é salva de câncer e recebe um crânio novo graças a impressora 3D

Avanços da medicina e da tecnologia deram novas esperanças a Patches.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 26 set 2018, 19h08 - Publicado em 26 set 2018, 19h00

Imagine a situação: aparece um pequeno calombo na cabeça da sua cadela salsichinha. Donos mais assustados não veriam a hora de marcar um veterinário – mas a maioria das pessoas nem desconfiaria de que há algo de complicado acontecendo. Um galo, uma pequena espinha, nada demais.

Às vezes, de fato, um calombo não passa disso. Infelizmente, não foi o caso de Patches, cadelinha de uma família de Williamsport, no estado americano da Pensilvânia. O que começou como um calombinho levou apenas alguns meses para crescer e ficar gigantesco. Cresceu tanto que deformou o crânio do cão, e ficou do tamanho de uma laranja!

A cachorrinha de 9 anos de idade tinha um grande tumor cancerígeno na frente de seu crânio – se já não bastasse o câncer em si, o volume crescente estava empurrando parte de seu cérebro e órbita ocular. O cenário não era nada bom.

Cachorro
(Michelle Oblak / University of Guelph/Reprodução)

Desesperada, a família procurou a doutora Michelle Oblak, uma veterinária cirúrgica especialista em oncologia da Universidade de Guelph, no Canadá. Obak é especialista em usar próteses impressas em 3D para cuidar de cãezinhos.

Para remover o tumor que cresceu no crânio de Patches, a veterinária trabalhou com Galina Hayes, uma cirurgiã de pequenos animais da Universidade de Cornell. O primeiro passo foi remover totalmente o tumor. Só que ele era grande demais – boa parte do crânio de Patches foi junto.

A grande sacada foi substituir a parte do crânio perdida por uma placa impressa em 3D, que foi especialmente fabricada para a cadelinha.E isso fez uma baita diferença: em casos como o de Patches, o buraco causado pela remoção do tumor seria tapado por uma malha de titânio genérica. Por incrível que pareça, fazer a placa com as medidas exatas da cadelinha saiu mais barato que o processo tradicional – e trouxe um resultado extremamente mais preciso.

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É que as malhas de titânio não personalizadas dificilmente vem no tamanho certo. Precisam ser acertadas e adaptadas para cada cãozinho – e nisso, sempre sobrava muito metal não utilizado, mas que tinha custado caro.

O procedimento foi preciso e complexo: antes de abrir a cabeça da cadelinha, tudo foi simulado antes. Primeiro, tomografias computadorizadas da cabeça e do tumor de Patches foram feitas. A partir delas, os médicos geraram modelos 3D para simular toda a cirurgia – Oblak e sua equipe, portanto, tiveram direito a um “treino” antes do procedimento, retirando o tumor do crânio da cadelinha virtualmente. Confira nas imagens abaixo:

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Cachorro
(Michelle Oblak / University of Guelph/Reprodução)
Cachorro
(Michelle Oblak / University of Guelph/Reprodução)
Cachorro
(Michelle Oblak / University of Guelph/Reprodução)

Graças ao ensaio digital, os pesquisadores conseguiram mapear com precisão as dimensões para a impressão do novo crânio em 3D, incluindo os locais onde seriam colocados os parafusos e as placas.

A exatidão tinha que se precisa e o momento era tenso: “Havia pouquíssimo espaço para erros”, Oblak afirmou em comunicado. Se suas medidas estivessem erradas por mais do que dois milímetros, o trabalho todo seria em vão – a placa não encaixaria na hora H.

No dia 23 de março, Patches passou pela crucial cirurgia. Ao todo, foram quatro horas de operação. Pouco mais de 30 minutos depois de acordar, Patches já estava andando. E a veterinária garante: a cadelinha está livre do câncer.

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Cachorro
(Michelle Oblak / University of Guelph/Reprodução)

Mas e em humanos? É possível fazer o mesmo?

A veterinária afirmou que sim: “O que é realmente bom nesse caso é que não só somos capazes de usar essa tecnologia de ponta em nossos pacientes animais, mas também poderemos contribuir com informações valiosas para que isso possa ser usado em humanos”.

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Médicos já usam a impressão 3D em humanos para reconstrução de maxilares e vértebras, e modelos 3D também foram usados ​​para planejar cirurgias de grande porte. Quem sabe o próximo passo seja fazer um upgrade a caminho dos crânios.

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