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Austrália aprova vacina contra a devastadora clamídia de coalas

A vacina promete conter a epidemia de clamídia, responsável por cerca de metade das mortes de coalas no país.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 16 set 2025, 17h43 - Publicado em 16 set 2025, 16h00

Pela primeira vez, a Austrália aprovou a distribuição uma vacina que pode salvar a população de coalas, que é ameaçada por uma epidemia de clamídia desenfreada.

Em 2012, a então banda mais popular do mundo, One Direction, foi para a Austrália. Durante a estadia, entre shows e fãs apaixonados, o grupo conseguiu tirar um tempinho para turistar. Escolheram visitar um santuário animal, casa de um dos marsupiais mais queridinhos da Oceania: os coalas. 

Por lá, os cinco integrantes da banda carregaram e brincaram com os animaizinhos por horas. Foi quando a tragédia aconteceu: enquanto era carregado por Liam Payne e Harry Styles, um coala (muito emocionado, com certeza) fez xixi nos dois cantores. 

Pronto: foi suficiente para que o rumor de que os dois membros haviam contraído clamídia começasse a circular. Isso porque os coalinhas são os campeões quando o assunto é contrair essa infecção. 

Segundo dados da Wildlife Health Austrália, a prevalência de infecção por clamídia em diferentes populações de coalas em liberdade pode chegar a 89%, e entre 4% e 44% destes manifesta a doença. 

A clamídia é transmitida por contato próximo ou acasalamento e pode causar infecções dolorosas do trato urinário, conjuntivite, cegueira e infertilidade em coalas, e é frequentemente fatal. Coalas machos e fêmeas podem contrair a doença, enquanto filhotes podem contraí-la ao se alimentarem na bolsa da mãe.

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Nós, humanos, também podemos contrair a doença mas de um jeito um pouco diferente. 

Coalas e humanos são infectados por diferentes cepas da bactéria clamídia, embora compartilhem alguns sintomas semelhantes. Os animais estão contraindo e disseminando Chlamydia pecorum, um patógeno zoonótico. Nós estamos contraindo e disseminando a infecção sexualmente transmissível causada pela Chlamydia trachomatis.

Na prática, são ISTs diferentes e que são raramente passadas entre animais e humanos vide a entrevista de 2017 de Styles contando que o diagnóstico de clamídia nunca foi real para ele, nem para Payne. 

Enquanto os sintomas em humanos são geralmente menos graves, os animaizinhos sofrem com a infecção. Segundo os pesquisadores, a doença é responsável por metade das mortes dos coalas no país. Nas últimas décadas, a população de coalas caiu até 80% em algumas áreas da Austrália.

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Mas o tratamento também pode ser mortal. Coalas infectados com clamídia geralmente recebem antibióticos, mas isso destrói a flora intestinal que lhe permite digerir as folhas de eucalipto — sua principal fonte de alimento — e pode levar à fome e até à morte.

No nosso caso, apesar do risco de reinfecção, o tratamento com antibióticos é menos agressivo e mais eficaz. Por outro lado, não há vacina humana para a doença, ao contrário dos coalas.

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Há algum tempo que cientistas tentam desenvolver vacinas para salvar estes marsupiais. Agora, a autoridade de medicamentos veterinários da Austrália, APVMA, aprovou a primeira vacina do mundo desenvolvida para proteger coalas da clamídia. O avanço é fruto de mais de uma década de pesquisa. 

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A vacina, aplicada em dose única e desenvolvida por uma equipe da Universidade de Sunshine Coast, no estado de Queensland, demonstrou reduzir em pelo menos 65% as mortes de coalas infectados em populações selvagens. A vacina oferece três níveis de proteção: reduz a infecção, previne a progressão para a doença clínica e, em alguns casos, reverte os sintomas existentes.

“Sabíamos que uma vacina de dose única sem necessidade de reforço era a resposta para reduzir a rápida e devastadora disseminação desta doença, responsável por até metade das mortes de coalas em todas as populações selvagens da Austrália”, disse o professor de microbiologia Peter Timms, que liderou o projeto, em comunicado.

Com a aprovação regulatória, a vacina poderá ser usada em hospitais de vida selvagem, clínicas veterinárias e diretamente em campo. A medida é vista por cientistas como uma oportunidade crucial para frear um declínio acelerado: coalas estão listados como espécie ameaçada nos estados de Queensland, Nova Gales do Sul e no Território da Capital Australiana.

Autoridades reconhecem que a sobrevivência dos coalas depende de múltiplas frentes. Além da clamídia, a espécie enfrenta pressões crescentes do aquecimento global, da fragmentação florestal, dos incêndios florestais, da expansão urbana e de atropelamentos. Um relatório de 2020 do governo de Nova Gales do Sul estimou que, sem medidas urgentes, os coalas podem desaparecer do estado até 2050.

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“Sabemos que os coalas precisam de ajuda para combater doenças como a clamídia, mas também precisamos garantir que tenham onde viver”, disse o ministro australiano da Agricultura, Murray Watt, no mesmo comunicado.

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