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Árvores nas cidades fogem da seca bebendo água de canos com vazamento

Uma pesquisa no Canadá mostrou que árvores plantadas nas ruas ficam mais hidratadas do que as de parques por causa de encanamento com defeito.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 5 ago 2025, 14h59 - Publicado em 5 ago 2025, 14h00

Em períodos de seca, os níveis de água e o fluxo de seiva tendem a ser menores nas árvores que crescem em parques do que naquelas plantadas nas ruas. Ninguém entendia o porquê disso acontecer: as plantas nos parques, ambientes mais cheios de natureza, não deveriam lidar melhor com a ausência de chuva do que aquelas nos centros das grandes metrópoles?

Pesquisadores liderados por André Poirier, da Universidade do Quebec em Montreal, no Canadá, descobriram que as árvores que crescem nas ruas das cidades são mais resistentes às secas do que aquelas que foram plantadas em parques por causa de um tipo de manancial curioso. No meio do concreto, essas plantas têm uma fonte extra de hidratação: canos com vazamento.

A pesquisa de Poirier foi divulgada na Conferência Goldschmidt de 2025, o principal evento internacional de geoquímica do mundo acadêmico, em Praga, na República Tcheca. Ela ainda não foi publicada em um periódico científico, então ainda precisa passar pelo processo tradicional de revisão por pares, quando um estudo é examinado por outros especialistas da área.

Como funcionou o estudo

Poirier e seus colegas da universidade coletaram amostras de troncos de duas espécies de árvores diferentes, os bordos-da-Noruega (Acer platanoides) e os bordos pratedos (Acer saccharinum). As amostras vieram de parques e ruas em dois bairros de Montreal.

Para entender a dieta hídrica dessas árvores, os cientistas mediram os níveis de vários isótopos de chumbo presentes nos troncos. Os isótopos são átomos diferentes de um mesmo elemento, e podem indicar origens diferentes para o chumbo, por exemplo.

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Enquanto as árvores dos parques tinham isótopos de chumbo geralmente associados à poluição do ar, as plantas das ruas tinham os mesmos isótopos encontrados em canos de água de chumbo, feitos com metais de minas próximas à cidade.

Os bordos precisam consumir cerca de 50 litros de água por dia. As árvores dos parques teoricamente deveriam ter mais acesso aos recursos hídricos, já que aquelas que ficam nas ruas perdem muita água para o concreto e os esgotos da cidade. Então, com a análise dos isótopos de chumbo, ficou claro o que deixava essas plantas urbanas mais hidratas do que aquelas no parque: canos com defeito.

Montreal perde cerca de 500 milhões de litros de água por dia por causa de vazamentos hidráulicos, o suficiente para encher 200 piscinas olímpicas. Quem está aproveitando esse problema de encanamento são os bordos das ruas. Para Poirier, em entrevista à New Scientist, isso é um sinal de que a cidade deve “continuar plantando árvores nas ruas, porque as pessoas ficam felizes com elas, e elas vão sobreviver melhor do que nos parques”.

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As árvores nos ambientes urbanos fazem mais do que deixar as pessoas felizes. Elas melhoram a qualidade do ar e ajudam a esfriar as cidades durante ondas de calor. As árvores e as cidades acabam se ajudando mutuamente, com a melhoria na qualidade de vida que as plantas proporcionam e os canos esburacados que as metrópoles ofertam.

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