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A cebola que ri

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 31 Maio 2004, 22h00

Dante Grecco

Lágrimas escorrendo pelo rosto na hora de descascar cebola? Namorada reclamando do bafo de onça depois daquela pizza portuguesa lotada de rodelas de cebola? Seus problemas acabaram… Não, não é nenhuma invenção das Organizações Tabajara. A coisa é séria. Em breve deve chegar ao mercado a chamada “cebola doce”. Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade do Semi-Árido, em Petrolina (PE), desenvolveram um tipo de cebola com menor acidez, o que evita os tais efeitos colaterais desagradáveis. “Usamos um método de melhoramento genético chamado ‘seleção recorrente’. Conseguimos uma nova geração de cebola com bulbos com baixo teor de ácido pirúvico”, revela Carlos Antonio Fernandes Santos, engenheiro agrônomo da Embrapa. Esse tal ácido pirúvico é o grande responsável pelo sabor picante – que faz chorar e causa mau hálito– da cebola. O projeto ainda está em fase piloto. Se tudo correr como previsto, em 14 meses a nova variedade de cebola poderá ser plantada em áreas no vale do rio São Francisco. O objetivo principal é aumentar o consumo brasileiro, empacado em 900 mil toneladas ao ano. Segundo alguns estudos, comer cebola crua faz bem à saúde, pois evita a formação de placas nos vasos sanguíneos. Pode ser. Mas, para quem gosta da hortaliça, a melhor novidade é mesmo o fim do choro na hora de cortá-la e do bafão desagradável.

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