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54,4 ºC: Vale da Morte, nos EUA, bate recorde de temperatura

Califórnia vem enfrentando incêndios florestais e quedas constantes de energia devido ao clima extremamente quente. Entenda.

Por Carolina Fioratti
18 ago 2020, 16h31

Moradores da Califórnia, nos Estados Unidos, estão enfrentando um verão insano. Por lá, o último fim de semana foi marcado por temperaturas extremas: na região de Furnace Creek, no Parque Nacional do Vale da Morte, os termômetros alcançaram 54,4 ºC no último domingo (16). Acredita-se que a marca possa ser a mais alta já registrada na Terra – informação que ainda precisa ser confirmada pelo Serviço Nacional de Meteorologia do país.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o calor extremo apresenta risco à saúde de moradores e visitantes da região, pois pode agravar algumas doenças pré-existentes. Por conta disso, pessoas são instruídas a beber quatro litros de água por dia e prestar atenção em sintomas como tontura, náuseas e outras complicações. As altas temperaturas podem ainda superaquecer o interior dos carros e derreter estradas. Como você, leitor da SUPER, talvez se lembre, o calor excessivo próximo à costa oeste dos EUA já atrapalha até mesmo a aviação.

A temperatura que detém o recorde atual de mais alta da história foi registrada no mesmo Vale da Morte. Em 2013, o local chegou a incríveis 54 ºC. Trata-se de uma região desértica e conhecida por ter os verões mais quentes do mundo, igualando-se ao de desertos do Oriente Médio. 

No passado, pesquisadores acreditavam que outras partes do planeta haviam alcançado temperaturas ainda mais elevadas. Em 1913, uma estação meteorológica no Vale da Morte teria registrado 56,7 ºC, enquanto um termômetro em Kebili, na Tunísia, indicou 55 ºC em 1931. Por décadas, cientistas tinham como recorde oficial os 58 ºC medidos em  em El Azizia, na Líbia, em 1922. Mas todos esses valores são hoje refutados por pesquisadores, por não serem registros oficiais mas frutos de erros de medição. 

As altas temperaturas na Califórnia – e o aumento e o recorde de temperatura no Ártico, que chegou atingiu recentemente os 38 ºC – são evidências expressas do aquecimento global. Um relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA mostra que, desde 2005, a Terra tem enfrentado seus anos mais quentes. 2016 e 2019 são os líderes do ranking, mas 2020 pode superar ambos

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Redemoinhos de fogo

As altas temperaturas também são responsáveis por gerar incêndios florestais na Califórnia. Esses incêndios podem ocasionar problemas ainda maiores, como os chamados redemoinhos de fogo. Foi o que aconteceu no sábado (15) no Condado de Lassen. Confira o vídeo:

Os redemoinhos de fogo se formam quando o ar quente e seco começa a subir rapidamente do solo, voltando a se resfriar e se dissipar ao chegar no alto. À medida em que mais ar é puxado, forma-se um vórtice que recolhe cinzas, chamas e outros detritos inflamáveis provenientes do incêndio. Apesar de se manterem em pé por poucos minutos, podem se estender por centenas de metros e chegar aos 1.093 ºC, causando um estrago considerável.

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Quedas de energia

Como se não bastasse o calor e o fogo, mais de três milhões de residências na Califórnia podem ficar sem energia devido a apagões na região. O calor faz com que as pessoas usem ainda mais o ar condicionado de suas casas, deixando a rede elétrica sobrecarregada.

O Sistema Operador Independente da Califórnia, que gerencia a energia do estado, declarou Emergência de Estágio 3, comunicado emitido quando a demanda por eletricidade é maior que a oferta. Além da recomendação para que as pessoas reduzam o uso de energia nos horários de pico, entre 15h e 22h, as autoridades também estão aplicando blecautes programados durante o dia, para poupar eletricidade.

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