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3 perguntas sobre a BQ.1, nova subvariante da Ômicron no Brasil

O vírus da Covid tem uma nova cara – que já causou uma morte por aqui. Veja o que já se sabe até agora.

Por Luisa Costa
Atualizado em 8 nov 2022, 16h36 - Publicado em 8 nov 2022, 16h32

Uma nova variante do coronavírus está dando as caras no Brasil. A BQ.1 apareceu pela primeira vez no Amazonas em 20 de outubro. Segundo as secretarias estaduais de saúde, ela causou na última segunda (7) pelo menos quatro casos de Covid-19: um no Rio de Janeiro, outro no Rio Grande do Sul e dois em São Paulo (em um deles, o paciente tinha comorbidades e morreu nesta terça, dia 8).

A BQ.1 é uma das mais de 300 sublinhagens da variante Ômicron do Sars-CoV-2 que estão circulando pelo mundo. Assim como 95% delas, é descendente da BA.5, também da Ômicron. Ela já foi detectada em 65 países e está crescendo rapidamente na Europa e nos Estados Unidos, mostrando vantagem sobre outras linhagens.

Novas variantes sempre trazem novas perguntas – para os cientistas e para a população em geral. Vamos a algumas delas.

1. Por que mais uma variante?

É uma parte natural da progressão do vírus, que continua a todo vapor enquanto houver um surto da doença em alguma parte do mundo.

Veja só: a missão dessas criaturas microscópicas é se multiplicar por aí, e elas precisam de hospedeiros (como nós) para isso. O vírus, então, sofre mutações para se adaptar, conseguir superar nossas células de defesa e se espalhar mais rápido por aí. (Entenda nesta matéria da Super como os vírus moldaram a vida na Terra.)

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Não existe um número mínimo de mutações para caracterizar uma nova cepa do vírus. Isso é determinado de acordo com o que fazem as mutações – se elas representam uma mudança drástica na evolução do vírus ou não. 

A BA.5, por exemplo, é bastante semelhante a outras subvariantes da Ômicron – e à cepa Ômicron original. Por isso, é considerada uma descendente dela, em vez de uma variante distinta com seu próprio nome grego, como Alpha, Beta, Gama e Delta. O mesmo raciocínio vale para a BQ.1.

2. Ela é mais transmissível?

A BQ.1 carrega um conjunto de mutações na proteína spike – uma estrutura na superfície do vírus que permite que ele se ligue às nossas células. São mutações que têm sido associadas com o escape imunológico – a capacidade do vírus de driblar nossa resposta imune adquirida em uma infecção ou vacinação anterior.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas mutações provavelmente conferiram à BQ.1 uma vantagem em relação às outras sublinhagens circulantes da Ômicron; por isso, ela está se espalhando a uma velocidade significativamente maior na Europa e nos Estados Unidos.

Mas ainda não há dados sobre o escape imunológico provenientes de estudos com humanos. Por enquanto, a BQ.1 deve ser alvo de um monitoramento rigoroso, e um risco maior de reinfecção é uma possibilidade a ser investigada.

3. Pode causar um quadro mais severo da doença?

Essa é outra pergunta que aparece junto com toda variante. Por enquanto, não há dados que sugerem um aumento na gravidade da doença provocada pela BQ.1 em comparação a outras sublinhagens em circulação.

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Uma boa notícia: na França, o aumento de casos provocado pela BQ.1 não causou um aumento nas taxas de hospitalizações e mortes. O que se observa é que a proteção oferecida pelas vacinas pode ser reduzida –  como é de se esperar, pela progressão natural do vírus –, mas elas continuam evitando doenças graves.

Por isso, a recomendação principal permanece a mesma: é importante estar com o calendário vacinal completo e atualizado, incluindo as doses de reforço. A média de mortes pela doença está em queda – foi de 34 nos últimos 7 dias –, mas ela ainda deixa sequelas como danos vasculares, cerebrais e no sistema imunológico. (Saiba mais sobre a Covid longa nesta matéria da Super.)

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