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5 fatos sobre a desigualdade entre gêneros no cinema

Por Jessica Soares
Atualizado em 21 dez 2016, 10h13 - Publicado em 2 dez 2013, 10h41

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A garota em chamas. Assim é conhecida a forte e determinada heroína da saga Jogos Vorazes, Katniss Everdeen. Se primeiro ela incendiou as páginas dos livros escritos por Suzanne Collins, agora toma conta das salas de cinema com Jogos Vorazes: Em Chamas, onde é interpretada pela (igualmente fantástica) atriz Jennifer Lawrence. Com uma protagonista feminina tão forte na telona, a New York Film Academy resolveu lançar um olhar mais atento para as mulheres no cinema. A partir de uma análise dos 500 filmes mais vistos no período entre 2007 e 2012, foi feita uma análise da representação feminina em Hollywood.

O resultado, você já imagina: a igualdade de gêneros ainda está longe de ser alcançada. Anos demais separam a aparição de heroínas bad ass nas telas do cinema. Para cada Sarah Connor (interpretada por Linda Hamilton em O Exterminador do Futuro, de 1984), Ripley (interpretada por Sigourney Weaver em Alien, de 1979), Beatrix Kiddo (interpretada por Uma Thurman em Kill Bill, de 2003), ou Lisbeth Salander (interpretada por Noomi Rapace e por Rooney Mara nas versões sueca e americana de Os Homens que não amavam as mulheres, de 2009 e 2011, respectivamente) que ganham as telas, outros muitos protagonistas masculinos ficam sob a luz dos holofotes.

E não para por aí. Confira 5 fatos sobre a desigualdade de gêneros no cinema, de acordo com o levantamento realizado pela New York Film Academy:

 

1. Menos mulheres estão nas telas…

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Apesar de mulheres serem responsáveis por comprar 50% dos ingressos em sessões nos EUA, apenas 10,7% dos filmes analisados possuíam um elenco equilibrado de homens e mulheres – a proporção média encontrada foi de 2,25 atores para cada atriz.

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… e também nos bastidores

Ao se considerar toda a indústria, a proporção fica ainda mais desigual: são 5 homens para cada mulher trabalhando no cinema. Em 2012, apenas 9% dos filmes foram dirigidos por mulheres, e só 15% foram escritos por elas. Entre os produtores, 25% eram mulheres; já em meio aos produtores executivos o número cai para 17%. Apenas 20% dos que trabalham na sala de edição são do sexo feminino e só 2% dos encarregados pela cinematografia eram mulheres.

Considerando estes cargos, 38% dos filmes analisados empregaram uma ou nenhuma mulher; apenas 10% empregaram entre 6 e 9 mulheres.

 

2. Elas têm menos voz…

Segundo o levantamento, mulheres representam apenas 30,8% dos personagens com falas.

… e menos roupas

Entre as personagens femininas com falas, cerca de 1/3 delas aparecem em cenas de nudez. Analisando todos os membros do elenco, a instituição descobriu que apenas 7% dos homens usavam roupas sexualmente reveladoras. A porcentagem sobe para 28,8% quando se tratam de mulheres. Além disso, 26,2% das atrizes ficam parcialmente nuas; entre os atores, esse número cai para 9,4%. Pior ainda, a percentagem de meninas adolescentes que foram representadas com alguma nudez nos filmes aumentou 32,5% entre 2007 e 2012.

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3. São os homens que recebem mais dinheiro

Considerando o valor agregado dos salários recebidos pelos 10 atores mais bem pagos de 2013, segundo a revista Forbes, os homens receberam 465 milhões de dólares. Já entre as 10 atrizes mais bem pagas de Hollywood, o salário total recebido foi de 181 milhões de dólares. Além disso, entre os 16 maiores salários recebidos pelos artistas, nenhum pertencia a uma mulher.

 

4. Idade é documento

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Aos 61 anos, o salário de Liam Neeson é de 32 milhões. Sandra Bullock, a representante mais velha das 10 atrizes mais bem pagas, tem 49 anos e teve salário de 14 milhões

Enquanto entre os atores mais bem pagos de Hollywood a média de idade é de 46,5 anos, entre as atrizes a média é de 34,8 anos, e nenhuma delas tem mais de 49 anos. Desde o ano 2000, a idade média das vencedoras do prêmio de Melhor Atriz foi de 36 anos; entre os vencedores da estatueta de Melhor Ator, a média foi de 44 anos.

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5. Eles também levam mais estatuetas

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Em 2010,  Kathryn Bigelow se consagrou como primeira mulher a ganhar a estatueta de Melhor Diretora pelo longa Guerra ao Terror

Ao longo de 85 anos de história do prêmio da Academia, apenas 4 mulheres foram indicadas na categoria de Melhor Diretor(a): Lina Wertmüller (1976), Jane Campion (1994), Sofia Coppola (2004) e Kathryn Bigelow (2010), que se consagrou como a primeira mulher vencedora da estatueta naquele ano.

Apenas 7 produtoras receberam estatuetas pelo prêmio de Melhor Filme (todas elas co-produzindo longas com homens); 8 mulheres receberam o prêmio de Melhor Roteiro Original e 8 por Roteiros Adaptados.

Em 2013, nenhuma mulher foi indicada às categorias de melhor direção, cinematografia, montagem, roteiro original e trilha sonora original. No mesmo ano, levando em consideração as 19 categorias do prêmio, 140 homens receberam indicações, contra apenas 35 mulheres.

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Coincidentemente (ou não), 77% dos membros da Academia (responsáveis por escolher os vencedores) são homens.

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Fonte: New York Film Academy
Imagens: Divulgação / Getty Images

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