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10 curiosidades sobre o cérebro dos animais

Por Carolina Vilaverde
Atualizado em 20 ago 2024, 09h36 - Publicado em 24 jul 2012, 18h38

O cérebro é um dos órgãos mais fascinantes de qualquer organismo. Afinal, sua função é basicamente ser um pequeno computador com o poder de comandar tudo o que o corpo irá fazer. Nos animais, ele pode ser formado por pequenos grupos de neurônios ou chegar a níveis altos de complexidade, como os da nossa própria espécie.

Para você entender melhor este misterioso órgão, separamos curiosidades sobre animais que têm, provavelmente, os cérebros mais estranhos do mundo todo. Olha só:

1. Algumas aranhas têm parte do cérebro nas pernas

Que as aranhas têm cara de perigosas a gente já sabe. A surpresa é que algumas espécies têm cérebros tão grandes que eles se “espalham” para as pernas. Opa, como assim? Bem. Independentemente do tamanho, todas as espécies de aranha têm que executar o mesmo conjunto básico de tarefas. Como algumas são bem complexas, tipo construir teias, as células cerebrais necessárias não cabem na “cabeça” e precisam ficar alojadas em outras partes do corpo. Segundo o Smithsonian Tropical Research Institute (STRI), o sistema nervoso central das menores aranhas do mundo pode preencher até quase 80% de suas cavidades corporais e cerca de 25% de suas pernas.

2. Sanguessugas têm 32 cérebros

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Você tem nojo dessas criaturas. Mas não pode negar que elas são úteis para a medicina. Sanguessugas são usadas para chupar o sangue em casos indesejados de parasitas e para ajudar a limpar feridas infectadas. Mas, além disso, elas são criaturas fascinantes: têm cinco pares de olhos, 300 dentes e…32 cérebros. Na verdade, tecnicamente é apenas um, mas na prática ele é formado por 32 gânglios.

3. Lulas gigantes se alimentam pelo cérebro

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As lulas gigantes estão, com certeza, entre os animais mais misteriosos do planeta. Afinal, a espécie nunca foi capturada ou estudada viva. Uma das bizarrices do animal é que ele precisa morder seus alimentos em pedaços relativamente pequenos. Isso porque, uma vez que eles são engolidos, precisam passar pelo cérebro (que tem o formato de uma rosquinha) para chegar ao esôfago. E apesar do tamanho colossal, as lulas gigantes têm cérebros incrivelmente pequenos. Steve O’Shea, pesquisador do Universidade de Tecnologia de Auckland, conta que uma lula gigante masculina, por exemplo, tem o desafio de coordenar 150 quilos de peso, 10 metros de comprimento e um pênis de 1,5 metro (!) com um cérebro minúsculo de apenas 15 gramas.

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4. Formigas zumbis sofrem lavagem cerebral

Sim, é isso mesmo que você leu. E o importante aqui não é exatamente o cérebro dessas criaturas, mas a maneira como ele reage a uma certa espécie de parasita, o fungo do gênero Cordyceps. Funciona assim: esporos microscópicos se infiltram no hospedeiro (a formiga, no caso) e o fungo começa a se alimentar dos seus órgãos não vitais. Quando está pronto para lançar seus esporos, o Cordyceps faz uma lavagem cerebral na formiga. Crescem filamentos no cérebro do inseto e o fungo solta substâncias químicas que o forçam a escalar a planta mais próxima. Quando chegam ao topo, o fungo mata o hospedeiro e um pequeno cogumelo contendo esporos brotam de sua cabeça. Olha só (dá um pouco de agonia. Então, cuidado):

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5. Cérebros minúsculos de vespas e nematoides realizam funções complexas

Apesar de ter um corpo quase completo, com olhos, cérebro, asas, músculos e genitais, a minúscula vespa da espécie Megaphragma mymaripenne é menor que uma ameba unicelular e dona de um dos menores sistemas nervosos entre os insetos – ele é composto por apenas 7400 neurônios. Para se ter uma ideia, uma mosca tem cerca de 340.000 neurônios e uma abelha pode chegar a 850.000. E mesmo assim, a vespa M.mymaripenne consegue voar, procurar por comida e encontrar os locais corretos para depositar seus ovos.

Além dela, o nematoide C. elegans é outro animal com um cérebro pequeno, mas poderoso. Esse verme de apenas 302 neurônios é capaz de realizar funções de grande complexidade, mais comuns em organismos desenvolvidos. Por isso, cientistas estão estudando o cérebro do C. elegans para compreender melhor alguns mecanismos básicos que facilitam comportamentos complexos.

6. Ascídias comem seus próprios cérebros

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Apesar do nome estranho, você provavelmente já ouviu falar das ascídias. Essas criaturas parecidas com pequenos sacos vivem fixadas em corais e se alimentam filtrando sua comida da água do mar. Além disso, são hermafroditas e, por isso, soltam larvas que se dispersam para encontrar lugares onde possam crescer. Nesse período larval, elas ainda são “normais”. Mas quando crescem, elas, literalmente, “perdem a cabeça”. As ascídias digerem a própria glânglia cerebral, responsável por controlar seus movimentos. O motivo? Já que os animais vão se tornar “sedentários”, pra que ter cérebro, né?

7. Há um peixe com cérebros diferentes para machos e fêmeas

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Sabe aquele papo de que as mulheres não são tão inteligentes quanto os homens? Bem, isso já foi cientificamente desmentido, porém, em uma única subespécie particular, a afirmação está correta. Esse peixe, que habita o Lago Mývatn, na Islândia, tem uma disparidade entre o tamanho dos cérebros femininos e masculinos. Pesquisadores especulam que o cérebro dos machos pode ser maior pelo papel que encaram: são eles que enfrentam a função mais desafiadora, que envolve construir os “ninhos”, realizar as danças de acasalamento e ainda cuidar dos ovos. Enquanto isso, as fêmeas precisam apenas escolher o parceiro e depositar os ovos.

8. Pica-paus contam com bolsas de ar em seus crânios

Você já parou para se perguntar como os pica-paus não acabam com danos cerebrais, depois de ficarem o dia todo bicando superfícies duras? Assim como outros pássaros, eles têm crânios muito complexos, cheios de pequenos e levíssimos ossos. A diferença é que desenvolveram bolsas de ar que protegem o cérebro dos impactos – é tipo um airbag natural!

9. Cães Cavalier King Charles Spaniels podem ter seus cérebros esmagados

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Com fama de serem uma raça amigável, os cães Cavalier King Charles Spaniels são cada vez mais populares. O problema é que todos os “melhoramentos” da raça feitos pelos criadores nos últimos séculos criaram nestes cães uma patologia conhecida como siringomielia. Basicamente, o que acontece é que o cérebro do cão pode ficar grande demais para seu crânio. Um terço dos cachorros da raça sofre com a condição, que deve incomodar bem mais do que ter pés do tamanho 40 presos eternamente em um sapato 36.

10. Corvídeos são extremamente espertos (mais do que você imagina)

Os corvídeos, aquele grupo de pássaros que inclui corvos, gaios e gralhas, são muito mais espertos do que muita gente pensa. Alguns pesquisadores acreditam até que eles talvez sejam tão inteligentes quanto alguns primatas. Não acredita?

Preste atenção em alguns fatos que têm surpreendido os cientistas: eles têm memórias extraordinárias, são capazes de desenvolver raciocínio social e de elaborar e usar ferramentas. Aliás, alguns até transformam varas em “ganchos” para conseguir pegar larvas e vermes em lugares difíceis. Segundo o pesquisador da Universidade de Cambridge, Christopher Bird (sobrenome apropriado, não?), se eles estão sendo observados, também escondem suas comidas. “Mas eles vão fazer alguns falsos esconderijos também. Como encostar o bico no chão, mas não colocar a comida. É um pouco como uma estratégia de confusão”, diz Bird.

Fontes: WebEcoist, io9, Biopharm Leeches, UK Metro, ScienceBlogs, Discover Magazine, Animal Reserach.Info, Goodheart’s Extreme Science, New Scientist, BBC

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